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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Subvenção: presos complicam vida de mais oito deputados

Menções foram feitas durante a delação premiada na Deotap
Coletiva aconteceu na Acadepol (Fotos: Portal Infonet)
Durante depoimentos à delegada Danielle Garcia, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), na manhã desta quarta-feira, 28, o ex-deputado Raimundo Vieira [Mundinho da Comase], o professor Augifranco Patrick de Vasconcelos e o irmão Ygor Henrique Batista de Vasconcelos, denunciaram quando da delação premiada, mais oito deputados e ex-deputados (as), que também serão investigados no processo que apura desvio na aplicação das verbas de subvenções. A informação foi passada esta tarde durante coletiva na sede da Academia de Polícia (Acadepol).
De acordo com a delegada, o desvio de dinheiro em associações do município de Lagarto já estava comprovado no inquérito específico.
Delagada Daniela Garcia
“Mas a deleção premiada trouxe elementos novos e indicou outras pessoas, valores desviados, ou seja, acrescentou novos fatos à investigação que tem que dar um desdobramento diferente. Nós estaremos encaminhando todas as peças do inquérito ao procurador geral de Justiça para serem tomadas as providências com relação àqueles que têm foro privilegiado. As prisões foram necessárias porque precisava estancar a lavagem de dinheiro e na delação, eles citaram nomes, indicaram a participação de cada um, como era feita a divisão do dinheiro em percentuais, mas são informações que ainda precisam ser preservadas porque as investigações prosseguem”, explica Daniele Garcia.
O promotor e coordenador do Grupo de Combate à Improbidade Administrativa do Ministério Público Estadual, Henrique Ribeiro Cardoso, acrescentou que entre os nomes mencionados na delação premiada, constam oito deputados e não está descartada a prisão.
Promotor Belarmino Alves explicou como a lavagem de dinheiro era feita
“Tecnicamente todo mundo pode ser preso porque o processo de lavagem é permanente quanto ao dinheiro que está sendo lavado, as contas que não estão sendo prestadas e nós estamos perseguindo o dinheiro. O dinheiro chegou à associação, onde está? O presidente da associação vai ter que mostrar e se não estiver na associação para onde foi? Em dado momento é interessante assumir a culpa dizendo que ficou com os 10% e dizer quem recebeu os 90%”, ressalta.
Henrique Cardoso irá se reunir nesta quinta-feira, 30, com os demais promotores do Grupo de Combate à Improbidade. “Esses autos serão analisados amanhã pelo Grupo e muito provavelmente em razão da menção que houve ao conjunto de deputados com mandatos, nós iremos encaminhar ao Procurador Geral de Justiça que deverá instaurar um procedimento de investigação criminal próprio para que ele prossiga com as investigações que já estamos fazendo”, diz enfatizando que sem a delação a condenação é de 15 anos em virtude dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa e na delação se tem a redução de 1/3 da pena.
Lagarto
Segundo o promotor de Lagarto, Belarmino Alves, a investigação envolvendo a associação Ala Jovem possui provas robustas. “Essas provas são obtidas através de quebra de sigilos fiscal e bancário e nós já vínhamos investigando essa associação desde 2014 pela Procuradoria da República e a promotoria em Lagarto já investigava outras associações, passamos também a investigar essa associação pelo volume muito grande de dinheiro que entrava”, esclarece.
O promotor explicou que em Lagarto, as associações recebem o dinheiro das subvenções, que é passado em contratos fraudulentos com empresas de fachadas.
“Eles fazem contratos fraudulentos, entre eles, mesmos, os cheques são emitidos, mas o dinheiro vai para contas bancárias e é desviado. No caso da Ala Jovem, existia uma lavagem que era feita pelo próprio Algifranco que recebia dinheiro de associações de outros municípios e existia o desvio de verbas feito pela associação presidida por ele em Lagarto, através da empresa do irmão, a MP10. Imaginávamos o desvio em torno de 3 milhões de reais, mas essa soma já é bem maior”, conclui.
Por Aldaci de Souza 

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