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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Amorim promete reduzir secretarias e manter Banese.

andidato também lamenta falta de transparência no Governo
Eduardo Amorim lamenta falta de transparência (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)
O senador Eduardo Amorim (PSC), que disputa o Governo do Estado pela coligação Agora Sim formada por 15 partidos políticos, é o terceiro candidato entrevistado pelo Portal Infonet, em obediência ao critério da ordem alfabética.

O senador é médico, com residência de Anestesiologia e algologista (clínico em dor) pelo Hospital Clinic de Barcelona, na Espanha e bacharel em Direito. Ele exerceu cargo de secretário de Estado da Saúde, em 2002, na gestão do então governador João Alves Filho (DEM) e se elegeu para o primeiro mandato de deputado federal em 2006, tornando-se senador nas eleições de 2010, quando esteve aliado do governador Jackson Barreto (PMDB) na chapa majoritária encabeçada pelo ex-governador Marcelo Déda (PT).

Nesta entrevista, Amorim lamenta a falta de transparência do Governo do Estado, garante que não “pensou” em privatizar o Banese e promete reduzir o número de secretarias e também o número de cargos comissionados como forma de conter os gastos públicos. “Tenho muito orgulho do Banese e da Deso, mas é preciso dar uma condição melhor a estas empresas e é preciso também cobrar resultados”, considerou o senador.
Algumas propostas do candidato para cinco áreas primordiais:

Vídeo [Manoela Veloso Passos]

Leia, a seguir, os melhores trechos da entrevista:
Amorim: redução de secretarias e cargos comissionados
Portal Infonet – Sendo eleito, qual a primeira medida que o senhor pretende adotar no Palácio de Governo?
Eduardo Amorim –
Prefiro que o Palácio seja transformado em escritório, onde todos tenham acesso e não tenham nenhuma dificuldade em conversar e dialogar com o Governo. Nossas primeiras atitudes serão direcionadas em duas áreas: saúde e segurança. Adotar medidas efetivas para que a gente possa acabar com as macas dos corredores do Hospital de Urgência. Hoje nem se disputa por uma maca. Primeiro se disputa por uma cadeira e, horas depois, se tiver mais sorte ainda, se consegue um leito. Devemos fortemente investir para que o nosso Estado seja dividido em áreas e cobrar resultados. A meritocracia vai valer fortemente no nosso Governo e não tenha dúvida que uma das primeiras assinaturas nossa será na redução do número de secretarias e do número de cargos comissionados. Sergipe tem mais secretarias que o Estado de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo. Gastar com qualidade, cobraremos isso o tempo inteiro. Infelizmente nosso Estado é o penúltimo em transparência e nós não conseguimos todos os dados que gostaríamos de ter conseguido. Pretendemos administrar com o mínimo possível de secretarias. Há secretarias que são imexíveis, como saúde, segurança pública, educação... Mas em outras secretarias faremos acomodações sem prejuízos, sem esquecimento de nenhuma área. Cobraremos a efetividade o tempo todo. Fomos buscar ideias propostas, que hoje estão dando bons resultados tanto em São Paulo como, especialmente, em Pernambuco. Chegamos a conversar muito com o ex-governador Eduardo Campos, chegamos a fazer visita e isso nunca divulgamos. Essa equipe vem trabalhando há mais de ano neste projeto e nesta ideia, de forma silenciosa, mas de forma firme e ativa.
Amorim: "a verdade é uma só"
Portal Infonet  – A prefeitura de Aracaju vendeu a folha de pagamento dos servidores à Caixa Econômica Federal. Como o senhor vai tratar esta questão?
Eduardo Amorim –
Tenho muito orgulho, como sergipano, de ter um banco que ainda, realmente, nos resta como banco estadual, que é o Banese. Buscaremos com todas as prefeituras para que ninguém saia mais, que ninguém deixe mais o Banese e que tenha no Banese um grande parceiro para o desenvolvimento do seu município. E aqueles que não estão mais [folha de pagamento] tentaremos resgatar, trazer de volta, pode ter certeza.

Portal Infonet – Lideranças do PSTU não veem diferença entre o seu projeto e as propostas do governador Jackson Barreto, inclusive criticam a aliança que os senhores participaram em 2010 e que, palavras da Vera Lúcia, o senhor só decidiu romper com o governo quando “o barco começou a afundar”. Como o senhor avalia esta postura daquelas lideranças?
Eduardo Amorim –
Cada um diz o que quer dizer, mas a verdade é uma só. Eu também acreditei no Governo que aí está, com certeza como milhares de sergipanos. A nossa vida é assim: quando a gente começa a ter outras certezas e outras convicções, o rumo precisa ser reestruturado e rearrumado. Isso a gente faz no nosso dia a dia, na vida e na política não é diferente. Não vejo nenhuma incoerência você ter que reorientar, rearrumar. Com certeza, a própria Vera já faz isso na vida dela. Sou oriundo de família simples e humilde como eles também, para mim isto é uma missão. Não estou atrás de nenhum emprego. Eu estou atrás de ver materializado o sonho de ver um Sergipe muito melhor e da esperança do sergipano de ter uma saúde digna, de ter segurança digna também, vire realidade. Cada um diz o que quer e eu respeito, desde que não haja nenhuma agressão e nenhuma ofensa, mas a verdade é uma só e existe independente de qualquer opinião. Não sou igual a ninguém, mas também não me considero melhor que ninguém em absolutamente em nada. Procuro, com minhas atitudes, defender e construir aquilo que acho que merece ser construído e defendido.
Amorim: "não penso em privatizar"
Portal Infonet – Existe lei que estabelece o fim dos lixões, cujo prazo venceria neste ano, mas tramita no Congresso a elasticidade deste prazo por mais oito anos, inclusive com a iniciativa do seu partido. Como o senhor pretende tratar esta questão já que nenhuma prefeitura conseguiu extinguir os lixões?
Eduardo Amorim –
Oito anos é muito tempo. Nós vamos tratar esta questão com prioridade. Sergipe não precisa ter um lixão em cada cidade. Você pode ter aterros ou usinas de forma regionalizada. Cuidar do meio ambiente é como cuidar da nossa casa, é cuidar de nós mesmos e investir num futuro muito melhor. É inconcebível que você tenha esses lixões e que, nesses lixões, a gente conviva com crianças e adolescentes explorando o lixo dos outros. É preciso tratar isso com respeito e nós vamos fazer isso.

Portal Infonet – O que te leva a processar tantos meios de comunicação e jornalistas?
Eduardo Amorim –
Eu não tenho processado, eu tenho buscado direito. Acho que jornalistas, médicos, enfermeiros... ninguém tem o direito de agredir simplesmente por agredir. Busco o direito que eu tenho. Calúnia, ofensa, difamação está (sic) previsto na nossa lei. Eu não tenho processado jornalistas, eu tenho buscado na Justiça, especialmente, com alguns radialistas e irei buscar todas as vezes, em qualquer agressão. Calúnia e difamação é crime.

Internauta Antonio Fernandes da Silva – Hoje, um dos principais problemas enfrentados pelo Estado de Sergipe é o déficit da previdência, com previsão para o ano de 2014 em torno de 1 bilhão de reais. Sabemos que esse déficit é gerado principalmente pela incorporação de salários dos cargos comissionados dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, ou seja incorpora-se um salário que é levado para a aposentadoria. Como o candidato pretende resolver este problema de forma definitiva?
Eduardo Amorim – Ele tem razão. É um dos principais problemas do Estado, se não for o maior. O déficit da previdência é assustador. Neste ano, se prevê quase um bilhão de reais e, se nada for feito, para o ano que vem será um bilhão e meio de reais. Aí sim, atingiremos o fundo do poço: impagável para um orçamento de oito bilhões. É preciso reduzir o número de cargos comissionados, reduzir o número de secretarias, para que sobre dinheiro para aqueles que realmente quer ser servidor público como uma profissão. Ele tem toda razão, que seja dada a quem adotou, a quem fez concurso e foi buscar ali no serviço público a sua profissão. Esse respeito, nós procuraremos ter. Faremos um enfrentamento com a firmeza necessária. A gente convive ainda com algumas coisas que não se vive mais. Excesso de cargos comissionados e incorporações muitas vezes indevidas.

Internauta Igor Santana - Quando foi secretário de Saúde de Sergipe, o Ministério Público denunciou o senhor por irregularidades nas contas do Hospital João Alves (sic) alegando desvio de recursos do próprio Hospital o que o senhor explica sobre isso ou é mentira no Ministério Público?
Eduardo Amorim –
Não é mentira. O Ministério Público averiguou mesmo e a polícia federal também averiguou. E concluíram que nenhum servidor da Secretaria da Saúde e a gente também teve absolutamente nenhuma culpa. Fizemos uma emergência, que precisava ser feita. O Tribunal de Contas autorizou que fizesse e fizemos. O que foi apurado, segundo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal,  é que algumas empresas estão envolvidas nisso. Mas inocentou qualquer servidor da secretaria e também a nossa pessoa. Minha consciência está muito tranquila.
Internauta Mericles Messias Mendonça - Caso o senhor seja o eleito governador e seu irmão também seja eleito deputado, o senhor vai nomeá-lo para alguma pasta do Executivo?
Eduardo Amorim – Nenhum parente meu será secretário. Não que não tenham pessoas capazes, mas isso é da minha índole, da minha cultura e da minha formação. Ouvirei a qualquer cidadão, como ouvirei meu irmão, como ouvirei muitos amigos. Sou muito de ouvir. Agora, a decisão será minha e de acordo com os princípios e valores que adotei na minha vida.
Internauta Leandro Moura - Se eleito, o que o senhor fará com o Banese e com a Deso?
Eduardo Amorim – Tenho muito orgulho, como sergipano, de ter um banco que ainda, realmente, nos resta como banco estadual, que é o Banese. Foi um dos poucos bancos estaduais que conseguiu sobreviver a toda esta competitividade. O Banese surgiu como um banco de fomento na primeira metade da década de 70 e depois foi crescendo, cumprindo a sua missão e ele é um banco de fomento, de desenvolvimento, um banco social. Um banco, lógico, que visa lucro, mas ele visa, sobretudo, a parte social. Portanto, a sua missão é cumprir um dever social, ajudar as famílias mais carentes, os mais necessitados. Nosso objetivo é tornar um banco mais competitivo. O Deso é um órgão que precisa de investimentos e modernização. É preciso rever funcionamento e os instrumentos para tornar o Deso em uma empresa competitiva e muito mais moderna. Nós vamos fazer isso, com certeza. Não temos a transparência que gostaríamos de ter. Como disse, Sergipe só perde para o Estado de Roraima, segundo a imprensa nacional e os órgãos de julgamento. Em termos de transparência pública, a nota de Sergipe é de 2.6, lamentavelmente, enquanto há Estados como o Espírito Santo com 8.9. Para buscar todas estas informações para se ter um diagnóstico da situação do Estado foram meses e meses de trabalho de busca de verdadeiros abnegados, de pessoas daqui do próprio Estado. Não penso em privatizar. Tenho muito orgulho do Banese e da Deso, mas é preciso dar uma condição melhor a estas empresas e é preciso também cobrar resultados. Não é justo que se pague, muitas vezes caro, e não se tenha o resultado desejado e merecido. As empresas têm que ser mais competitivas e prestar o serviço da melhor qualidade possível.
Internauta João Pauko da Silva - O candidato tem ideia do valor devido pelo Estado, já em precatórios?  Em caso de resposta positiva, qual é a perspectiva da realização dos pagamentos, que já estão com quase 12 anos de atraso?
Eduardo Amorim –
A dívida pública de Sergipe, e não só a dívida contratual, mas também com precatórios, é muito grave. Nós devíamos em 2008 em torno de 829 milhões de reais, dívida contratual, não está nem precatórios ainda, e hoje nossa dívida se aproxima da casa dos cinco bilhões de reais. Em precatórios, temos mais de quinhentos milhões e isto é um absurdo. É preciso rever toda esta situação e faremos isso nos primeiros dias do nosso governo, de forma urgente, para que possamos corrigir da melhor maneira possível. Se tivéssemos a transparência devida, imposta por lei, já teríamos um diagnóstico. Mas o que sabemos e o que podemos adiantar é que o precatório de Sergipe é um dos maiores per capta do Brasil, passa da casa dos quinhentos milhões de reais e a dívida contratual é de quase cinco bilhões de reais. É muito grave a situação financeira do Estado e nós vamos tratar com toda firmeza, zelo e com todo respeito necessário.
Por Cássia Santana

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